Quatro entre dez pessoas ouvidas em pesquisa da APCO disseram ter deixado de comprar um produto ou serviço porque não concordam com as práticas, políticas ou atividades da companhia
A firma independente de assessoria de imprensa procurou avaliar a força da marca corporativa e as relações das pessoas com as marcas. Aproximadamente 10 mil consumidores de 15 mercados pelo mundo afora participaram. Quatro atributos foram selecionados – alinhamento, autenticidade, adesão e engajamento ativo – para medir a reputação de 500 marcas globais e como isso afeta as vendas, resultando no “Champion Brand Index”.
As 30 marcas globais que figuraram no topo, baseadas nos quatro atributos, representavam um mix de indústrias, incluindo os setores varejo, automobilístico e bens de consumo. Mas o relatório destaca a prevalência das empresas de tecnologia – marcas de hardware e de serviço como Apple, Dell, HP, Google, Yahoo e a Baidu, da China.
“Elas estão no centro de redefinir o jeito que vivemos nossas vidas e são vistas como uma força poderosa para a mudança social e pessoal nas culturas”, disse Robert Schooling, presidente da APCO nas Américas. “Nós literalmente passamos a maior parte de nosso tempo interagindo com as marcas de tecnologia. Esta relação íntima com a tecnologia é cada vez mais holística do que as relações que as pessoas desenvolvem com muitos outros tipos de marcas, trazendo um maior potencial para desenvolver a força da marca”.
Essas marcas de tecnologia estão, provavelmente, por trás de um grupo de consumidores mais ativo e influente que presta mais atenção na ação corporativa. Por exemplo, em uma das perguntas da pesquisa, 40% das pessoas declararam que decidiram não comprar um serviço ou um produto porque não concordam com as práticas, políticas ou atividades da empresa.
A noção de que as marcas corporativas ultrapassam o produto pode estar atrelada ao impacto que os consumidores acreditam que essas empresas têm em suas vidas.
A pesquisa descobriu que 77% dos interrogados acreditam que as corporações causam um impacto maior em suas vidas hoje do que há dez anos. Quase metade de todos os inquiridos diz que as companhias globais tem um impacto maior em suas vidas do que o governo, e 60% pensam que as empresas prestam alguns serviços na sociedade que antes eram reservados apenas ao governo.
Também foi perguntado às pessoas se elas consideram importante saber tanto como uma empresa opera quanto o que ela vende: 25% concordaram inteiramente, e 42%, em parte.
Dentre os 15 mercados investigados, a crença de que as empresas estão desempenhando um papel maior na sociedade, e com isso ganham mais obrigações, é mais forte em países de economia desenvolvida. Mas também é evidente que a tendência está crescendo nas regiões em desenvolvimento: 56% das pessoas dessas regiões pensam que as empresas têm um impacto maior que o governo em suas vidas, índice que fica em 36% nas economias desenvolvidas.
Do Advertising Age
Tradução: Isabella Lessa
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